quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Creche Rita Alexandrina Ferreira

Creche Comunitária Rita Alexandrina Ferreira



A Creche Rita Alexandrina Ferreira, foi fundada, em 12 de outubro de 2002, com propósito de acolher as crianças da comunidade Beira Rio, sendo assim uma forma de ajudar os pais dessa comunidade menos favorecida. Pais dos quais as características são as mais simples possíveis, pessoas que vieram do nordeste com o propósito de construir um futuro melhor para suas famílias, a maioria pais dos quais trabalham como pedreiros, ajudantes de obras, mães domésticas, diaristas, outros são desempregados, mães que viveram um passado sofrido, porém querem o melhor para seus filhos.

Pe. Nelson Francelino Ferreira fundador da creche optou em colocar o nome de sua mãe, já falecida, que tem uma história de luta, semelhante à de muitos moradores dessa comunidade, mãe que sofreu muito mas que lutou com garra, força e coragem criando seus 9 filhos, um exemplo para todos.



Quem foi Rita Alexandrina Ferreira?


Rita Alexandrina Ferreira e três de seus nove filhos


Rita Alexandrina Ferreira nasceu em Sapé no estado da Paraíba em 10/01/1926, em uma família humilde e muito católica. Casou-se aos 15 anos com muitos sonhos e sem experiência de vida, com Julio Francelino Ferreira, onde teve 10 filhos, sendo que um, por aborto natural, faleceu antes do nascimento.

Ao nascer o seu último filho, o seu esposo deixou – a com os nove filhos numa cidadezinha do interior, chamada Lagoa do Félix e veio para o Rio de Janeiro, cheio sonhos. Ela se encarregou da criação e educação dos filhos sem a presença do esposo que aqui no Rio, formou outra família, deixando de apóia – la , abandonando-a por completo com os seus nove filhos.

Cheia de Força e coragem , assim como muitas mulheres nordestinas, ela rumou em 1971 para o Rio de Janeiro com os nove filhos, completamente analfabeta seguiu seu caminho por essa cidade, lutou sozinha, sempre com muita fé a fim de que seus filhos jamais sofressem as conseqüências do abandono do qual sofreram.

Rita conseguiu com dignidade e muita fé, criar seus filhos, dando – lhes os fundamentos de uma religiosidade . Mulher guerreira nunca perdeu o rumo de sua meta católica, ás vezes nem comia, pois o que tinha não dava para todos os filhos, mas privando-se dos poucos alimentos, se nutria ao ver seus filhos nutridos. Ela se alimentava de sua fé em Deus e na Virgem Maria, sua dignidade e sua força eram algo de espantar e encantar todos que a conheciam, dela nunca se ouvia resmungos, mas sempre um sorriso contagiante.

Sozinha e com as graças de Deus, criou seus nove filhos, tornando-os homens de caráter e temor a Deus. Nenhum ficou fora das escolas.

Rita faleceu em 08 de agosto de 1978, vitimada por um acidente, deixando seu caçula, o então Pe. Nelson, com 13 anos.

Ela se foi, mas seus exemplos ficaram na consciência e no caráter dos filhos.

Essa mulher abandonada pelo marido, mulher nordestina, imigrante, operária e analfabeta, morreu completamente alfabetizada, deixando os filhos praticamente encaminhados.

Mãe sem marido, cheia de garra que cresceu diante de todos os problemas, enfrentando-os, não deixando que seus filhos tornassem vítimas da irresponsabilidade conjugal. Não buscou outro casamento, pois não suportaria a idéia de ver seus filhos possivelmente maltratados por padrasto.

Optou por consagrar cada um deles ao verdadeiro Pai, o que se encontra no céu, o pai de todos.